Polícia indicia 22 empresários envolvidos com esquema de fraude em contratos médicos em MT
Investigação apontou desvio de valores de empresas envolvidas na prestação de serviços médicos. Ações criminosas foram intensificadas durante a pandemia de Covid-19.
Por g1 MT
04/08/2023 19h53 Atualizado há um dia
A Polícia Civil indiciou 22 empresários, nesta sexta-feira (4), acusados de estarem envolvidos com fraude em contratos médicos nos hospitais do estado. A organização criminosa intensificou as ações durante a pandemia de Covid-19, segundo a polícia, momento em que pacientes eram internados nas Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) sem necessidade, visando o aumento dos lucros.
A Justiça autorizou a instauração de outros inquéritos policiais para investigar eventual participação de agentes públicos.
De acordo com a Delegacia Especializada de Combate à Corrupção (Deccor), a operação Espelho teve início após a polícia receber uma denúncia de que a empresa contratada para fornecer médicos plantonistas para o hospital, nas especialidades de clínica, estaria disponibilizando número de médicos inferior ao contratado.
Em março deste ano, a polícia cumpriu ordens judiciais e sequestrou carros de luxo e imóveis avaliados em R$ 35 milhões. As buscas e apreensões foram cumpridas em seis municípios do estado.
Investigação
A empresa contratada integrava um cartel de empresas dedicado a fraudar licitações e contratos de prestações de serviços médicos, principalmente, de Unidades de Terapia Intensiva (UTIs), no estado, de acordo com a primeira fase da Operação Espelho.
Na investigação, foram identificados contratos fraudulentos com hospitais municipais e regionais de Mato Grosso.
Já na segunda fase, a polícia descobriu que, especialmente durante o período da pandemia da Covid-19, os investigados intensificaram as ações, aproveitando da fragilidade e desespero de gestores públicos que se viam obrigados a contratar com urgência e a qualquer preço, os serviços médicos de UTIs.
Segundo a polícia, por meio das empresas, a organização criminosa simulava concorrência para a imposição de valores maiores que os praticados no mercado. Os serviços não eram fornecidos na forma contratada e, por vezes, com consentimento dos agentes públicos fiscalizadores.
A polícia disse que pacientes eram internados nas UTIs desnecessariamente, visando o aumento dos lucros.
Os prejuízos apurados, até o momento, superam R$ 35 milhões, com potencial de aumento, conforme a investigação.
A Deccor segue as investigações e o trabalho de apuração conta com a participação dos órgão estaduais. Foram determinadas judicialmente a realização de auditorias pelo Tribunal de Contas do Estado (TCE) e Controladoria Geral do Estado (CGE) em todas as licitações e contratos.
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